Revolta de 1924 no Rio Grande do Sul

Revolta de 1924 no Rio Grande do Sul
Tenentismo

Trincheira legalista em Itaqui
Data 28 de outubro de 1924 – 28 de janeiro de 1925
Local Noroeste e sul do Rio Grande do Sul
Desfecho Vitória legalista no Rio Grande do Sul

Formação da Coluna Prestes

Beligerantes
Revoltosos Legalistas
Comandantes

A revolta de 1924 no Rio Grande do Sul foi deflagrada por militares tenentistas do Exército Brasileiro e caudilhos civis da Aliança Libertadora em 28–29 de outubro desse ano. Os civis, dando continuidade à Revolução de 1923, queriam destituir o governador do Rio Grande do Sul, Borges de Medeiros, enquanto os militares eram contra o presidente do Brasil, Artur Bernardes. Após uma série de derrotas, em meados de novembro o último reduto organizado estava em São Luiz Gonzaga. No sul, uma guerrilha continuou até o final do ano. A partir de São Luiz os remanescentes da revolta rumaram para fora do estado, juntando-se a outros tenentistas na Campanha do Paraná e formando a Coluna Miguel Costa-Prestes.

Os “libertadores” eram a oposição à hegemonia do Partido Republicano Rio-Grandense (PRR) na política estadual. Sua aliança com o tenentismo, um movimento de aspirações nacionais, era circunstancial. A autoridade militar dos tenentistas, o general Isidoro Dias Lopes, e o “chefe civil da revolução”, Joaquim Francisco de Assis Brasil, não estavam no Rio Grande do Sul. As operações ficaram a cargo de jovens oficiais treinados na ciência militar, como Juarez Távora, Siqueira Campos e Luís Carlos Prestes, e caudilhos veteranos da tradição gaúcha de combate, como Honório Lemes e Zeca Neto. Seus inimigos também combinavam unidades regulares, os legalistas do Exército e da Brigada Militar, e irregulares, os “provisórios”. Vários políticos do PRR, como Osvaldo Aranha e Flores da Cunha, comandaram forças governistas.

Como em outros conflitos gaúchos, a cavalaria foi amplamente empregada e era normal o exílio temporário dos rebeldes no estrangeiro. As sublevações iniciais foram em Uruguaiana, São Borja, São Luiz e Santo Ângelo. Governadores civis e militares foram instalados nas três primeiras cidades; suas medidas mais polêmicas foram as requisições de bens e dinheiro. Os rebeldes partiram na ofensiva, mas não conseguiram tomar Itaqui, cuja guarnição legalista separava seus territórios. A leste, foram repelidos quando tentaram progredir para Ijuí e Alegrete e sofreram uma grande derrota em Guaçu-Boi, em 9 de novembro. No sul, os caudilhos continuaram uma guerrilha até sua expulsão definitiva para o Uruguai; a última incursão fronteiriça foi em janeiro de 1925.

Na região das Missões, os rebeldes concentraram-se em São Luiz, onde o capitão Luís Carlos Prestes foi designado comandante numa carta do general Isidoro. Os legalistas montaram um “anel de ferro” de sete colunas, em plena superioridade numérica, ao redor da cidade. Prestes teve que escapar do cerco para se unir aos demais rebeldes no Paraná, e no processo, a Coluna Prestes, como seria conhecida, começou a tomar forma e usar sua característica guerra de movimento. O combate em Ramada, em 3 de janeiro, foi o mais violento nessa fase. Ao final do mês os rebeldes adentravam Santa Catarina, e em abril, juntavam-se no Paraná aos remanescentes da revolta em São Paulo. Uma comunidade de exilados manteve-se no exterior, lançando novas revoltas em 1925 e em 1926. Não há consenso sobre o marco inicial da Coluna Prestes (São Paulo, Santo Ângelo, São Luiz ou o Paraná). A memória da revolta no Rio Grande do Sul hoje tem sua comemoração pública mais marcante em Santo Ângelo.


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